15.2.17

Itaoka

Hoje dormimos de costas um pro outro.
E tua pele parecia tão distante quanto o Brasil do Japão, o teu calor não me esquentava mais e o desconforto tomou a gente.
Hoje dormimos sem os corpos entrelaçados.
Tu me tocou, eu te toquei - nos sentimos e chegamos ao fim. Dos beijos, abraços, do gozo e de nós.
Chegamos ao fim pois o silêncio invadiu nossas bocas e cada palavra saia mais e mais fraca, cheia de tentativas já cansadas de tentar criar diálogos.
Dormimos assim, separados - quando esse cansaço tomou a gente e não havia mais nada a ser feito - porque acabou; e tudo que fizemos e deixamos de fazer não se era mais esquecido. Tudo vinha à tona.
Outros corpos já haviam nos tocado, outras pessoas nos experimentado é só estávamos ali porque a saudade do passado, costume de nós, abriu nossa guarda. 
E dormimos, à um palmo de distância que mais se pareciam uma vida - e amanhã dormiremos sem um ao outro.
Para sempre. 

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